Especialista da UFG diz que capital não precisa de grandes obras, mas de um grande prefeito

“Goiânia já foi conhecida como a cidade das flores, das praças e dos parques. Hoje é a cidade lixo”. Quem diz isso é o professor pós-doutor em Geografia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Tadeu Arrais. Para ele, que pesquisa desenvolvimento regional-urbano, não se pode culpar as pessoas por isso, mas a gestão pública municipal.

“Goiânia não precisa de grandes obras, mas de um grande prefeito”, arrematou o especialista, acrescentando que na Rua 7, no Centro, por exemplo, quase não dá para passar pela calçada devido à quantidade de lixo. Ele reside na região central de Goiânia e também denuncia a falta de manutenção de praças da região, alertando que isso impacta diretamente na vida de crianças e idosos que vivem no bairro.

Além do lixo, existem muito entulhos e restos de obras pela cidade. É o caso da rua 7 mencionada pelo professor. A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) informou em nota que vai providenciar a remoção da galhada e entulhos neste local e que o  descarte de qualquer tipo de entulhos em locais públicos é crime, sujeito a multas, que podem chegar a R$ 50 mil, dependendo do dano ambiental.

Iluminação e segurança

A professora do curso de arquitetura da Puc-Goiás, Maria Ester de Souza, doutora em Geografia Urbana, concorda com o professor da UFG e observa que a precarização do Centro não se resume apenas à falta de limpeza urbana, pois existem também sérios problemas na iluminação pública, na segurança e no estado de conservação das calçadas. “Falta de controle total de ocupação”, resumiu.

Maria Ester afirmou que a gestão pública não consegue enxergar, principalmente no caso de Goiânia, que o Centro é moderno e requer cuidados específicos, pois o bairro abriga escolas e pontos culturais importantes.

“Num quadrado que vai da Praça Cívica à Avenida Independência, do Bosque dos Buritis ao  Córrego Botafogo estão a maioria dos locais de visitação da cidade”, destacou a professora, que sugere, inclusive, a criação de um circuito cultural no bairro, uma vez que o quadrilátero citado por ela abrange, de acordo com suas projeções, 15 mil pessoas.

Para ela, com o problema instalado, hoje a Prefeitura teria a oportunidade de executar um projeto-piloto de arborização, de combate à poluição visual e revitalização das calçadas, mas nada disso estaria acontecendo de fato. “No papel acha-se pilhas, mas os projetos não saem do papel”, lamentou.

Fonte: Jornal Opção

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